Alzheimer: Quando suspeitar e como é feito o diagnóstico e o tratamento?
- savelli92
- 7 de abr.
- 3 min de leitura
Muitos de nós já ouvimos falar na doença de Alzheimer. Porém, poucos sabem como são realizados o diagnóstico e o tratamento dessa importante doença neurológica. O objetivo deste artigo é esclarecer essas dúvidas.
Em primeiro lugar, é importante dizer que a doença de Alzheimer não tem uma causa definida. Existem algumas hipóteses a respeito do seu surgimento, mas até hoje não houve uma conclusão definitiva.

Sabemos que a doença afeta principalmente pacientes com mais de 65 anos e que, em geral, o primeiro sintoma percebido é a perda de memórias recentes. Também é possível que outros sintomas surjam inicialmente, como por exemplo, alterações de linguagem, dificuldade de planejamento e de orientação no espaço. Em casos raros, a doença pode ter início antes dos 60 anos de idade.
Quando suspeitar?
Devemos sempre suspeitar da doença de Alzheimer quando há piora progressiva da memória para fatos recentes ou de outras capacidades cognitivas que leva a dificuldades para organizar tarefas, gerir a própria vida e trabalhar.
Qual é o médico especialista em doença de Alzheimer?
O médico especialista no diagnóstico, tratamento e acompanhamento da doença de Alzheimer é o neurologista.

O Dr. Lucas Savelli é médico neurologista formado pela Philipps-Universität Marburg (Alemanha) e pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto (UERJ) e atende em seu consultório particular em Botafogo e na Barra da Tijuca. Além disso, trabalha na equipe de Neurologia do Hospital Samaritano de Botafogo e é Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia. Tem grande experiência na avaliação, diagnóstico e tratamento de pacientes com doença de Alzheimer.
Como é feito o diagnóstico?
Durante a avaliação, o neurologista utiliza um teste denominado Mini Exame do Estado Mental. Ele é altamente sensível, ou seja, não permite que casos graves passem despercebidos. São avaliadas vários aspectos cognitivos, como por exemplo, orientação no tempo e no espaço, linguagem, memória de curto prazo, capacidade de planejamento, dentre outros. A pontuação máxima é trinta e existem diferentes pontos de corte dependendo do nível de escolaridade do paciente. O teste pode ser repetido em outras consultas para fins de comparação e é utilizado para verificar se o tratamento está trazendo benefício ao paciente.
Também é muito importante que o desempenho do paciente seja avaliado dentro do contexto apresentado. Para isso, é relevante que um parente próximo compareça à consulta. As percepções de pessoas próximas que convivem com o paciente podem contribuir muito.
São necessários outros exames para o diagnóstico?

Sempre que há suspeita de doença de Alzheimer é necessária a realização de uma ressonância magnética do crânio. O exame tem dois objetivos:
a exclusão de outros diagnósticos que podem causar sintomas semelhantes, como por exemplo, tumores e sangramentos cerebrais.
encontrar alterações típicas, como por exemplo, redução do tamanho do hipocampo. Essa região é muito importante para a formação de novas memórias.
Além disso, exames de sangue são necessários. Através deles, é possível avaliar se há outras alterações que possam causar ou contribuir para os sintomas. Por isso, a função da glândula tireoide e os níveis de vitamina B12 precisam ser mensurados.
E como é feito o tratamento?
Infelizmente, ainda não existe cura para a doença de Alzheimer. Porém, existem opções de tratamento que podem melhorar os sintomas e atrasar o avanço da doença.
O principal grupo de medicações tem um nome complicado: os inibidores da acetilcolinesterase.
Essas medicações aumentam os níveis de acetilcolina no cérebro. A acetilcolina é uma molécula essencial para a cognição que tem sua concentração reduzida em pacientes com doença de Alzheimer.
Os representantes desse grupo são Donepezila, Rivastigmina e Galantamina. Cada uma dessas medicações pode ser mais indicada para determinados perfis de pacientes. Por esse motivo, a avaliação detalhada durante a consulta é importante para definição do tratamento mais adequado.
Em casos avançados da doença, também existe a possibilidade de tratamento com uma medicação chamada Memantina. Essa molécula tem propriedades neuroprotetoras e pode ser utilizada em conjunto com as medicações citadas anteriormente.
A doença de Alzheimer também pode causar sintomas comportamentais que prejudicam a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares. A agitação e as alucinações que podem estar presentes com o avanço da doença podem ser tratadas com medicações antipsicóticas. Através dessas medicações, o neurologista tem como principal objetivo melhorar a qualidade de vida do paciente e de seus familiares.
Como é feito o acompanhamento?

Durante o acompanhamento, é importante que o neurologista reavalie o paciente com frequência. Assim, poderá comparar o desempenho do paciente no Mini Exame do Estado Mental após o início do tratamento e realizar ajustes caso necessário. O relato e as percepções dos familiares do paciente são muito importantes em todas as consultas para que sejam identificados novos sintomas e para que sempre sejam tomadas decisões em conjunto a respeito do melhor tratamento. O objetivo do neurologista será sempre a melhora dos sintomas e qualidade de vida do paciente!
Um abraço e até logo,
Lucas Savelli
Neurologista
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