Enxaqueca: tudo o que você precisa saber sobre o assunto!
- savelli92
- 17 de mar.
- 4 min de leitura
Atualizado: 31 de mar.
A enxaqueca, também conhecida como migrânea, é um tipo de dor de cabeça muito comum e que pode causar graves problemas no seu dia-a-dia e piorar muito a sua qualidade de vida!

Ela surge com mais frequência em mulheres jovens, mas pode acometer indivíduos de todas as faixas etárias e gêneros. Estima-se que um quarto das mulheres entre 30 e 40 anos tenha enxaqueca.
Por isso, caso você suspeite que sofra de enxaqueca, é muito importante procurar atendimento para uma avaliação e início de tratamento adequado. Assim, você impedirá que a enxaqueca prejudique sua qualidade de vida.
E qual é o médico especialista em enxaqueca?
O médico especialista no diagnóstico, tratamento e acompanhamento da enxaqueca é o neurologista.

O Dr. Lucas Savelli é médico neurologista formado pela Philipps-Universität Marburg (Alemanha) e pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto (UERJ) e atende em seu consultório particular em Botafogo e na Barra da Tijuca. Além disso, trabalha na equipe de Neurologia do Hospital Samaritano de Botafogo e é Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia. Tem grande experiência na avaliação, diagnóstico e tratamento de pacientes com enxaqueca.
Quais são os sintomas da enxaqueca?
A dor de cabeça intensa é o principal sintoma da enxaqueca. Porém é importante lembrar que a dor de cabeça tem algumas características específicas:
A dor, em geral, está presente em somente um lado da cabeça, mas a localização pode variar.
Costuma ser latejante e/ou pulsátil
Tem intensidade moderada à forte
Acompanhada por náuseas e/ou vómitos com frequência
Acompanhada por incômodo causado pela luz ou por sons
Piora durante realização de atividade física
Alguns pacientes podem, inclusive, já 48 horas antes do início da dor, começar a se sentir cansados, irritados e a apresentar sensibilidade excessiva à luz e a sons.
Também é possível que surjam outros sintomas neurológicos antes do início da dor, como por exemplo, alterações visuais (pontos brilhantes) e dormência em determinadas partes do corpo. Esses sintomas são conhecidos como aura.
Como é feito o diagnóstico de enxaqueca?
O diagnóstico é feito através da análise das características da dor e de um exame neurológico completo.

Exames de imagem só são necessários caso haja algum achado durante o exame neurológico que chame a atenção ou caso as características da dor do paciente sejam atípicas. Nessas situações, a ressonância magnética do crânio é realizada para que outros diagnósticos sejam pesquisados.
Como é feito o tratamento?
O tratamento é baseado em três pilares:
Em primeiro lugar, é necessário tratar as crise de enxaqueca com medicações específicas, como por exemplo, o Sumatriptano e o Naratriptano. Essas medicações funcionam muito bem e tem poucas contraindicações ao uso. Nos casos em que o paciente tem outros sintomas neurológicos antes do início da dor (aura), pode ser interessante fazer uso da medicação antes que a dor atinja seu pico de intensidade.
Em segundo lugar, é importante iniciar tratamento com medicações preventivas, ou seja, que evitam que as crises ocorram ou que diminuem sua frequência. Essa é uma medida importante para pacientes que apresentam muitas crises no mês que prejudicam sua qualidade de vida. Existem algumas opções, como por exemplo, Amitriptilina, Topiramato e Propranolol.
Essas medicações foram desenvolvidas inicialmente para o tratamento de outras condições, mas após diversos estudos estabeleceu-se que elas têm a capacidade de reduzir a frequência das crises e melhorar a qualidade de vida de pacientes portadores de enxaqueca. Durante a avaliação com o neurologista, deve-se decidir em conjunto qual dessas medicações é mais adequada para cada paciente. Para tanto, levam-se em consideração as características do paciente e também a presença de outras doenças, como por exemplo, ansiedade e pressão alta.
Em casos que não respondem bem às medicações de primeira escolha, também existe a possibilidade de iniciar tratamento com medicações mais novas. Essas medicações são aplicadas com uma seringa sob a pele uma vez ao mês e também funcionam muito bem. A principal delas é o Galcanezumabe
Por último, é muito relevante que o neurologista converse com o paciente sobre possíveis "gatilhos” para a enxaqueca, como por exemplo, alimentos que contenham cafeína, refrigerantes, alguns alimentos embutidos e alguns tipos de queijo. ´E necessário que cada paciente observe quais são seus gatilhos e que tente evitá-los se possível para reduzir a chance de apresentar crises de dor.
Como é feito o acompanhamento?

Durante o acompanhamento, é importante que o paciente preencha o seu "diário da dor”. Assim, o neurologista e o paciente poderão avaliar a frequência da dor, em que situações as crises começaram, se fez uso de medicações e se a dor cessou ou não após o uso. Dessa forma, nas consultas será possível realizar ajustes em doses caso necessário com o intuito de manter as crises bem controladas e impedir que atrapalhem a vida do paciente. Caso as crises estejam muito bem controladas é possível, caso o paciente deseje, reduzir as doses da medicação. Porém, vale lembrar que não há nenhuma contraindicação ao uso das medicações que tratam enxaqueca a longo prazo. O importante mesmo é viver sem dor!
Um abraço e até logo,
Lucas Savelli
Neurologista
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